Coração de lata

Coração de lata vai ser o titulo do meu terceiro livro, como já escrevi o prólogo dele resolvi postar aqui e perguntar o que acharam? sinta-se livre para criticar, comentar, dar sugestão:

Prólogo

O dia na fábrica estava normal, ninguém perceberia a menos que se olhasse com atenção, a única coisa que revelava que havia alguma coisa errada era as lagrimas que escorria pela face pálida de uma operaria, que manuseava impacientemente um painel com muitos botões coloridos, cada um com sua função especifica.

A linha de produção estava em potência máxima, vários robôs estavam sendo fabricados inclusive aqueles que substituiriam a maioria dos funcionários da fábrica.

Por si só o fato de ficar desempregada nessa altura da vida já era o suficiente para causar o choro em qualquer pessoa, em uma época em que os computadores e maquinas fazem tudo o desemprego pode ser sentença de morte, mas esse não era o único motivo para dona Susy chorar, o reflexo da luz a fez olhar mais uma vez para seu pulso... Seu pulso não, para a pulseira que estava ali, ela brilhava de um jeito fantasmagórico, olhando aquele objeto estranho Susy lembrou-se... Do momento que há adquiriu. Agora suas esperanças estavam morrendo, não teria dinheiro para trazer sua filha de volta. Ah... Sua pobre filha morta em um acidente tão ridículo. Lembrar-se desse fato só a fez chorar mais, todo seu esforço foi inútil... Não, não podia desistir, não agora.

As lagrimas estava embaçando suas vistas e seus soluços eram audíveis em meio a toda aquela barulheira das maquinas e o corpo da operaria chacoalhava. O que iria fazer agora? Definitivamente ela não tinha resposta para essa pergunta.

Ela limpou as lagrimas do rosto, não era hora de ficar chorando ela tinha que pensar, não fez tudo o que fez para agora fracassar. A distância ela observou o chefe geral do setor mexendo em um robô novinho reluzente, estava longe e ela não tinha como ver o que ele estava fazendo, mas não restava duvida, ele estava configurando aquela maquina estúpida que poderia ser a mesma que a substituiria na semana seguinte, ela sentiu um impulso de fúria percorrendo cada célula do seu corpo procurando uma saída, sem pensar no que estava fazendo ela cerrou o punho e ergueu os braços e socou o painel com toda força que possuía.

Alivio...  Foi momentâneo e logo deu espaço para o pânico quando ela percebeu que a pulseira se partiu escorrendo entre as engrenagem e sumindo entre as muitas cabeças de robôs femininas. Ouvi-se um grito:

▬Não... Susy não pensou duas vezes e se jogou por cima da barra de proteção tentando alcançar sua preciosa pulseira, mas já era tarde para as duas...  A maquina responsável pela produção das cabeças possui uma esteira que se estende por toda a extensão dela, o miolo de fios e cabos que ficam no interior do crânio de metal é criado em uma primeira repartição fechada, em sequência as cabeças passam por um breve resfriamento em temperatura ambiente, e é justamente essa parte da produção que ficava a frente da bancada em que Susy trabalhava.  No momento em que ela adentrou a maquina a comporta do forno de pressão se abriu movimentando a esteira engolindo as cabeças já resfriadas e prontas para receber a camada de metal liquida que depois de resfriada vira o crânio metálico, Susy entrou na maquina de maneira desajeitada e não pode evitar ser puxada parcialmente para dentro do forno, com a alta temperatura a carne de seus braços derreteram momentaneamente, mas ela não teve tempo de sentir dor por que a porta do forno se fechou em cima da sua cabeça espirrando sangue a uma distancia inacreditavelmente longa, restos cefálicos dela era vistos por toda bancada.

Antes que os poucos funcionários chegassem ate ali para ver o corpo inerte sem vida o forno se abriu novamente terminado de fazer o serviço que havia começado consumido Susy completamente. Não havia mais nada que pudesse ser feito a não ser limpar a sujeira, não havia corpo e nem ninguém para chorar a morta...

Minutos mais tarde uma robô feminina novinha acabou de ficar pronta para venda...